Geração Alpha anseia por experiência e diversão ao invés de posse Bruno Mello 26 de março de 2024

Geração Alpha anseia por experiência e diversão ao invés de posse

         

Pesquisa mostra que crianças entre 3 e 12 anos se engajam com brinquedos educativos e querem liberdade de criação

Geração Alpha anseia por experiência e diversão ao invés de posse
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Ao contrário do que muitos imaginam, as crianças não querem apenas ficar jogando em telas. Um estudo da empresa Play Pesquisa, encomendado pelo Grupo Leonora, apontou que, hoje, 82% das crianças gostam mais de peças de montar e 78% das meninas preferem desenhos, pinturas e trabalhos manuais. O estudo descobriu ainda que os pequenos anseiam mais por experiência e diversão do que posse, mostrando que há uma mudança no conceito de “consumir produto” para “consumir diversão via conteúdo”.

As telas não foram deixadas de lado, inclusive, dois canais no YouTube em torno do universo DIY são vistos com frequência pelos respondentes. O levantamento mostra também que 79% das crianças buscam experiência divertida em tudo o que fazem e 65% cobram diversão dos produtos e conteúdos que consomem atualmente.

As crianças da geração Alpha também valorizam e se relacionam melhor com marcas que privilegiam a empatia em seus produtos, dado que é algo natural para elas. A pesquisa mostrou que 76% dos pequenos compartilham lanche da escola, 54% convidam crianças com necessidades especiais para brincar, sem o estímulo dos pais ou professores, e 40% preferirão ir ao trabalho de bicicleta, skate ou caminhando para não poluir o meio ambiente.

Relação entre pais e filhos

Por se tratar da primeira geração de filhos únicos (a taxa de fecundidade no Brasil caiu de 5,76 filhos em 1970 para 1,70 em 2020, segundo projeções da Divisão de População da ONU), o levantamento da Play Pesquisa aponta que 81% dos pais dizem investir mais nas crianças e, mais do que isso: tanto os responsáveis quanto os pequenos buscam por produtos que deem autonomia e independência para brincarem sozinhos, mas também valorizam quando podem fazer algo juntos.

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Entre os entrevistados, 87% gostam de fazer “coisas” com os pais – 97% preferem passear e 84% fazer compras. Além disso, 64% dos pais brincam mais com os filhos do que seus pais brincavam com eles e 54% são mais empáticos em relação às necessidades das crianças. Diante disso, o estudo destaca que é preciso dar argumento para o target poder dialogar com os responsáveis, criando ainda mais conexão entre eles.

De acordo com dados do Sebrae, o mercado infantil de produtos e serviços movimenta em média R$ 50 bilhões ao ano e vem crescendo em torno de 14% anualmente. Segundo a Abrin, comparado ao mercado europeu e americano, o Brasil ainda tem espaço para crescimento, porém, pouco capital disponível para o consumo. Na Europa, o setor atinge 40 brinquedos por criança, no mercado norte-americano, 32, e no Brasil, 11.

Ainda de acordo com Ana Amélia, da Play Pesquisa, o estudo também mostrou que a maior oportunidade para trabalhar itens educativos está entre os 3 e 6 anos, principalmente por ser uma fase de maior desejo pela categoria. A partir disso, a criança inclui outros produtos na rotina, como games, e até mesmo esportes, ampliando o repertório e fragmentando os interesses.

O levantamento reuniu 800 crianças e suas mães, das classes A, B e C país afora e serviu como ponto de partida para a Leo&Leo, marca de consumo do Grupo Leonora, e a Letron, que compõe a linha de eletrônicos da empresa, também integrarem o universo dos brinquedos educativos. Ao todo, a companhia lançou 40 produtos na categoria, durante sua primeira participação na Feira Abrin 2024. Com a novidade, a expectativa é faturar R$ 30 milhões no primeiro ciclo e vender mais de 300 mil unidades até o final do ano.

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Toluna - Clube Mundo do Marketing


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