Trade Marketing, setor em expansão
Trade Marketing, setor em expansão
Por Redação - 28/03/2007 Artigos
<p><strong>Trade Marketing, setor em expans&atilde;o<br /></strong>&nbsp;<br />Por Sidney Porto* </p><p>Voc&ecirc; j&aacute; pensou em como &eacute; feita a arruma&ccedil;&atilde;o das g&ocirc;ndolas de um supermercado, ou com que t&eacute;cnica &eacute; elaborada a exposi&ccedil;&atilde;o de um produto qualquer? Se a sua resposta foi algo relacionado &agrave; quest&otilde;es visuais, voc&ecirc; acertou apenas a metade. Claro que o visual tem import&acirc;ncia, mas tem tamb&eacute;m de vender o produto, atrair a aten&ccedil;&atilde;o do consumidor, incentivar a compra, muitas vezes realizada por impulso. Quem nunca provou enquanto estava num supermercado daquele novo suco na g&ocirc;ndola ao fazer compras, ou mesmo deixou de experimentar aquele cafezinho com aroma diferenciado enquanto passava pela g&ocirc;ndola de…. caf&eacute;? Coincid&ecirc;ncia?</p><p>Esse setor da economia, conhecido como marketing no ponto-de-venda ou trade marketing, registra crescimento bem acima da m&eacute;dia da economia brasileira. Somente no primeiro semestre de 2006 apresentou expans&atilde;o acima de 10%. </p><p>A expectativa era fechar 2006 com 15%, considerando as festas de fim de ano, respons&aacute;veis por cerca de 20% do faturamento. De acordo com um levantamento do Popai Brasil (The Global Association For Marketing At Retail), institui&ccedil;&atilde;o respons&aacute;vel pelo incentivo ao desenvolvimento das atividades de merchandising no ponto-de-venda, o setor movimentou mais de R$ 2 bilh&otilde;es em 2005. Conforme a entidade, a promo&ccedil;&atilde;o de um simples produto, entre a&ccedil;&otilde;es de degusta&ccedil;&atilde;o, amostragem e/ou sorteio emprega cerca de 300 pessoas. O ponto-de-venda influencia a compra para cerca de 81% dos clientes.</p><p>Nossa empresa &eacute; um bom exemplo dessa realidade. Em fevereiro de 2004, cont&aacute;vamos com pouco mais de 300 funcion&aacute;rios, todos trabalhando em Belo Horizonte. Menos de tr&ecirc;s anos depois, j&aacute; s&atilde;o quase 3 mil empregados em 12 filiais com atua&ccedil;&atilde;o em todas as regi&otilde;es brasileiras. Para 2007, os planos s&atilde;o audaciosos. A estimativa de crescimento &eacute; de 20% a 30%, abertura de novas filiais &ndash; no Rio de Janeiro ainda no primeiro trimestre e outra no Nordeste no segundo &ndash; e fechamento de contratos com novos clientes, cujas negocia&ccedil;&otilde;es est&atilde;o em andamento.</p><p>Trata-se de um setor em franca expans&atilde;o, que se beneficia da migra&ccedil;&atilde;o constante e crescente das verbas de marketing. Toda empresa que vende produtos ou servi&ccedil;os ao consumidor final, direta ou indiretamente, pode melhorar sua performance e aumentar seus neg&oacute;cios com o uso do trade marketing. A propaganda promove e &eacute; importante para quem quer ter uma marca conhecida e respeitada, mas quem vende e entrega o produto na hora &eacute; o ponto-de-venda.</p><p>Outra pesquisa do Popai revela que a grande maioria das pessoas escolhe o que levar&aacute; para casa apenas no momento da compra. Menos de 15% dos clientes saem de casa sabendo exatamente o que ir&atilde;o comprar. A escolha acaba acontecendo dentro da loja para quatro em cada cinco itens adquiridos. Um bom trabalho de ponto-de-venda gera destaque e chama a aten&ccedil;&atilde;o do consumidor, faz aparecer um produto dentro do universo da loja e assim torna-se um fator decisivo na guerra pelo mercado. O consumidor percorre as prateleiras com os olhos a cerca de 100km/h e consegue perceber apenas 10% do que est&aacute; exposto &agrave; venda numa loja. E o que n&atilde;o &eacute; notado, n&atilde;o &eacute; comprado, j&aacute; diz o ditado, n&atilde;o &eacute; mesmo?</p><p>Ainda &eacute; preciso considerar que o trade marketing n&atilde;o acontece somente com a exposi&ccedil;&atilde;o de produtos, mas fortemente tamb&eacute;m com as atividades de demonstra&ccedil;&atilde;o. Um bom exemplo s&atilde;o as vendas de celulares e eletr&ocirc;nicos. O setor emprega profissionais para atuar como consultores, escutando e interpretando os problemas do consumidor, tirando suas d&uacute;vidas e apresentando todas as op&ccedil;&otilde;es dispon&iacute;veis, com orienta&ccedil;&otilde;es sobre as melhores escolhas e formas de utilizar o servi&ccedil;o. Esse trabalho, muitas vezes, faz a diferen&ccedil;a na escolha do consumidor da marca que ir&aacute; comprar.</p><p>O conceito de trade marketing ganha import&acirc;ncia cada vez maior para as empresas de produtos de consumo, que trabalham com canais de distribui&ccedil;&atilde;o independentes, a partir das mudan&ccedil;as de comportamento do consumidor. O consumo &eacute; fortemente influenciado pelo ponto de venda nas grandes redes que, concentram cada vez mais poder econ&ocirc;mico. S&oacute; para se ter uma id&eacute;ia, no Brasil, a concentra&ccedil;&atilde;o de vendas nas cinco principais redes de varejo cresceu de 22%, em 1995, para mais de 40%, em 2005. Ocorreu uma ampla aplica&ccedil;&atilde;o do trade marketing entre as empresas, o que denota um comportamento homog&ecirc;neo.</p><p>A atividade de trade marketing &eacute; nova e pouco conhecida pelo mercado, entretanto todas as empresas de porte j&aacute; possuem uma &aacute;rea destinada a esse tipo de neg&oacute;cio. Em pouco tempo, n&atilde;o haver&aacute; organiza&ccedil;&atilde;o no mercado sem um ramo de trade marketing, o que aponta para uma continuidade do crescimento e das oportunidades de trabalho para o setor.</p><p>* Sidney Porto &eacute; publicit&aacute;rio e Diretor de Planejamento e Novos Neg&oacute;cios da Gerencial Brasil.</p>