Atualmente, é praticamente impossível imaginar nosso dia a dia sem o uso das redes sociais – seja qual for. Um estudo da consultoria Kantar revelou que, somente durante a pandemia, a audiência das redes sociais cresceu em 40%. Outro relatório, publicado pela Hootsuite em parceria com a We Are Social, revelou que os brasileiros passam cerca de 3 horas e 40 minutos por dia conectados nas redes. As atividades são as mais diversas possíveis e, entre elas, “pesquisar por marcas e produtos” faz parte do dia de 46% dos entrevistados.

À primeira vista, talvez possa não parecer, mas, para os varejistas, esses dados precisam andar lado a lado com as estratégias de venda. É o chamado social selling, que usa as redes sociais como um espaço de conexão com consumidores e possíveis clientes, fortalecendo a jornada de consumo da melhor forma.

Com a população cada vez mais conectada e de olho nas marcas, encontrar formas de atingir a audiência por meio das redes sociais não é mais considerado como uma “ação a mais”, e sim como algo que precisa estar em foco durante todo o tempo. E se engana quem achar que apenas e-commerces e marketplaces precisam estar presentes nessas frentes, pois as lojas físicas ganham oportunidades de exposição, vendas e até fidelização quando pensam em social selling.

Pensando para além da lucratividade do negócio, a atenção vai para a jornada de conhecimento do consumidor. Agora, a tomada de decisão de compra é totalmente impactada pelas redes sociais. Um estudo realizado em conjunto pela All iN/Social Miner, Etus e Opinion Box, mostrou que 74% dos brasileiros usam as redes sociais para encontrar os produtos que querem comprar, e 23% dizem realizar compras semanalmente por meio das redes.

Uma outra pesquisa da Salesforce mostrou também que o público jovem considera 4 vezes mais importante conteúdos gerados por outros consumidores (reviews, comentários e depoimentos) antes de decidir comprar algo. Isso não significa que os mais velhos estão mais distantes do universo online, já que 82% das pessoas com mais de 60 anos compram pela internet, segundo uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) em parceria com a AGP Pesquisas.

Antes de pensar em como vender algo nesses espaços, é preciso atrair o cliente e buscar engajamento, e isso sempre variar para cada modelo de negócio. Nesse momento, é preciso pensar em onde está o público da empresa. Às vezes, não é necessário estar em todas as redes sociais, pois cada uma possui certo tipo de audiência interagindo mais. Estudar os clientes e os prospects e, somente após esses passos, decidir qual é o melhor caminho com base em dados factíveis, possibilita uma menor margem de erros na hora de investir em novos caminhos online.

A partir dessas definições, se pensa no conteúdo para esses perfis. Aqueles que funcionam apenas como um catálogo de produtos, sem oferecer nada além disso, não chamarão atenção de forma positiva. As marcas precisam comunicar sua missão, valor e propósito mesmo nas redes sociais. O que faz sentido para o público que precisa ser atingido? Como tornar a venda mais atrativa? As possibilidades são várias: posts programados, vídeos curtos, e-books e lives são algumas das opções. Pesquisar e interagir com os seguidores para entender o que eles querem ver, acompanhar os comentários, curtidas e publicações é importante, pois o consumidor espera ser ouvido pelas marcas que acompanham. A comunicação é uma via de mão dupla e o atendimento impecável e humano aqui é imprescindível – afinal, o pós-vendas pode até mesmo se tornar um pré-venda da próxima compra.

O Black Friday e o Natal, as datas mais aguardadas pelo varejista, já estão batendo na porta. Os negócios que estão em fases diferentes de amadurecimento nas redes agora precisam dedicar esforços para alcançar seu público e até mesmo expandir a base de clientes. As redes sociais não são apenas um apoio – isso fica claro, com a existência de parte dedicada do Instagram para lojas e com a criação do WhatsApp Pay, por exemplo. Esses perfis são grandes impulsionadores para firmar relacionamento a longo prazo com o cliente. O segredo está em dar apoio durante toda a jornada de compras, que começa bem antes da “compra finalizada” e não tem um fim, já que o social selling vai muito além de apenas vender.