Os 10 (Des)Mandamentos do Marketing Promocional
Diretor-geral da Holding Clube escreve sobre os 10 (Des)Mandamentos do Marketing Promocional
Por Redação - 25/03/2008 Artigos
<p><strong>Os 10 (Des)Mandamentos do Marketing Promocional</strong></p><p>Por Jos&eacute; Victor Oliva* </p><p><span class="subtitulomateria">1. &lsquo;Below the line&rsquo; &eacute; a PQP</span><br />Nada me deixa mais irritado! Tenho orgulho deste neg&oacute;cio e o fa&ccedil;o com muito amor. A prop&oacute;sito, ele se chama marketing promocional, como o pr&oacute;prio nome de nossa associa&ccedil;&atilde;o, a AMPRO (Associa&ccedil;&atilde;o de Marketing Promocional), j&aacute; diz. Al&eacute;m disso, n&atilde;o estamos abaixo (below) de nenhuma outra forma de comunica&ccedil;&atilde;o. Muito pelo contr&aacute;rio!</p><p>Pesquisas realizadas recentemente apontam um significativo crescimento do nosso mercado e a participa&ccedil;&atilde;o efetiva do Marketing Promocional na plataforma de comunica&ccedil;&atilde;o das grandes empresas. Com isso, a verba destinada &agrave; promo&ccedil;&atilde;o j&aacute; se equipara a da publicidade e isso s&oacute; contribui para que sejamos vistos como estrat&eacute;gicos, e n&atilde;o eventuais.</p><p>N&atilde;o podemos esquecer que nossas a&ccedil;&otilde;es acontecem ao vivo, o que exige um consistente trabalho de planejamento estrat&eacute;gico que garantir&aacute; a entrega perfeita daquilo que vendemos. Isso n&atilde;o pode ser feito por qualquer um, mas por profissionais altamente qualificados que est&atilde;o, de fato, acima (above) da m&eacute;dia e devem ser valorizados por isso.</p><p><span class="subtitulomateria">2. Rela&ccedil;&atilde;o com as ag&ecirc;ncias de publicidade</span><br />Sou f&atilde; das ag&ecirc;ncias de publicidade! Elas sabem, realmente, como se promoverem. Recentemente, a ABAP (Associa&ccedil;&atilde;o Brasileira das Ag&ecirc;ncias de Publicidade) promover&aacute; seu 4&ordm; Congresso depois de 40 anos. Ent&atilde;o, pergunto, por que o &lsquo;above the line&rsquo; est&aacute; fazendo o que fazemos todos os dias: rediscutir o neg&oacute;cio?</p><p>Muito me perguntam qual seria a rela&ccedil;&atilde;o perfeita entre o Marketing Promocional e a publicidade. Trabalhar para, trabalhar junto, pertencer, ser comprado, comprar. Acredito que n&atilde;o existe uma f&oacute;rmula! </p><p>A verdade &eacute; que os diretores de Marketing evolu&iacute;ram muito nos &uacute;ltimos 30 anos e j&aacute; conhecem bem outras f&oacute;rmulas de comunica&ccedil;&atilde;o. Eles t&ecirc;m escolhido seus parceiros, com foco nos melhores resultados, independente de haver, ou n&atilde;o, alinhamento com suas ag&ecirc;ncias de publicidade. A rela&ccedil;&atilde;o de contas est&aacute; cada vez mais t&ecirc;nue em todos os setores e jobs bem sucedidos aproximam fornecedores e clientes.</p><p><span class="subtitulomateria">3. Gente</span><br />Sempre que chego a uma de minhas ag&ecirc;ncias e vejo os computadores desligados, as cadeiras vazias e n&atilde;o ou&ccedil;o nada, al&eacute;m de um grande sil&ecirc;ncio, percebo o qu&atilde;o importantes s&atilde;o as minhas pessoas. Todos os dias, antes de ir embora, rezo para que todos voltem no dia seguinte, pois eles s&atilde;o tudo que tenho &ndash; passado, presente e futuro.</p><p>Em 2000, convidei oito para serem meus s&oacute;cios. Decis&atilde;o muito acertada, pois meu faturamento subiu mais de R$ 60 milh&otilde;es. Acreditar em nossas pratas da casa &eacute; fundamental e, por isso, anualmente realizamos um programa de trainees, de onde saem alguns de nossos principais talentos. Talvez, fosse mais f&aacute;cil &lsquo;roubar&rsquo; as pessoas dos concorrentes e n&atilde;o ter trabalho com treinamentos e explica&ccedil;&otilde;es. Mas n&atilde;o fazemos isso, porque preferimos formar profissionais com a nossa pegada, o nosso jeito de trabalhar.</p><p>Acho, inclusive, que seja esse o motivo para a concorr&ecirc;ncia sempre procurar as pessoas que formamos. O estranho, &eacute; que nunca me pediram refer&ecirc;ncia e muitos n&atilde;o deram certo, o que para mim &eacute; &oacute;bvio. Se fossem bons, ainda estariam conosco.</p><p><span class="subtitulomateria">4. Honor&aacute;rios</span><br />Em agosto de 2007, o Banco de Eventos viveu um momento diferente. Foi convidado a participar da concorr&ecirc;ncia para execu&ccedil;&atilde;o da Festa de Fim de Ano de uma grande empresa nacional, cujo budget era de R$ 4 milh&otilde;es. Tentador, n&atilde;o fosse algumas especifica&ccedil;&otilde;es do cliente, em termos de pagamentos, que contradiziam os processos habituais da ag&ecirc;ncia. Ent&atilde;o, a diretora-geral Andr&eacute;a Galasso, teve a infeliz miss&atilde;o de informar sua desist&ecirc;ncia no projeto.</p><p>&Eacute; dif&iacute;cil n&atilde;o participar, mas se n&atilde;o tivermos firmeza, responsabilidade e transpar&ecirc;ncia, n&atilde;o cresceremos, n&atilde;o reinvestiremos e, principalmente, n&atilde;o lucraremos. De cada 100 ag&ecirc;ncias, ap&oacute;s cinco anos, apenas tr&ecirc;s se mant&ecirc;m vivas.</p><p><span class="subtitulomateria">5. Concorr&ecirc;ncias</span><br />Concorr&ecirc;ncias fazem parte do nosso dia-a-dia, por&eacute;m custam tempo e dinheiro. O cen&aacute;rio ideal &ndash; concorr&ecirc;ncias pagas &ndash; est&aacute; muito distante, mas esperar que elas sejam transparentes, respeitosas, motivadoras e regradas n&atilde;o &eacute; pedir muito. Falta de prazo, briefings mal feitos, bois de piranha (concorr&ecirc;ncias com vencedor pr&eacute;-definido), ag&ecirc;ncias de n&iacute;veis diferentes, dumpings, leil&otilde;es e subornos s&atilde;o o c&acirc;ncer do nosso neg&oacute;cio.</p><p><span class="subtitulomateria">6. Bullshitagem</span><br />Conceitos viajantes, termos em ingl&ecirc;s, complica&ccedil;&otilde;es. Voc&ecirc; entra no site das empresas para saber o que elas fazem e precisa de um tradutor. Apresenta&ccedil;&otilde;es de projetos ficam &lsquo;bonitas&rsquo;, mas incompreens&iacute;veis. Estamos complicando o &oacute;bvio. O que o cliente quer &ndash; e precisa &ndash; &eacute; de objetividade e, afinal, o marketing promocional &eacute; simples, direto e eficaz.</p><p><span class="subtitulomateria">7. Quando chamar uma empresa de Marketing Promocional?</span><br />Ainda n&atilde;o somos vistos como estrat&eacute;gicos, mas como eventuais e s&oacute; nos acionam em emerg&ecirc;ncias ou para suporte. Se a publicidade n&atilde;o vende, chamam a promo&ccedil;&atilde;o. Se um produto encalhou ou &eacute; ruim, chamam a promo&ccedil;&atilde;o. N&atilde;o deveria ser assim!</p><p>As coisas est&atilde;o mudando e esperamos que caminhem para a situa&ccedil;&atilde;o ideal, em que estaremos com os clientes desde o come&ccedil;o de seu planejamento, afinal, quem pode dar a melhor id&eacute;ia? Talvez venha da&iacute; o termo below the line…</p><p><span class="subtitulomateria">8. Promovendo a promo&ccedil;&atilde;o</span><br />A AMPRO encomendou uma pesquisa &agrave; Ibope Solutions e o Banco de Eventos outra. Os resultados impressionam. Na pergunta &lsquo;Qual o termo mais utilizado para se referir a esta &aacute;rea?&rsquo;, a primeira coloca&ccedil;&atilde;o ficou com a palavra &lsquo;Promo&ccedil;&atilde;o&rsquo;. Mas, al&eacute;m dela, outras oito apareceram, com porcentagens bem distribu&iacute;das. &Eacute; uma verdadeira bagun&ccedil;a!</p><p>Promover a promo&ccedil;&atilde;o &eacute; divulgar a cultura promocional, nossa ousadia, nosso planejamento e nossos resultados, para o pessoal de Marketing, vendas, trade Marketing e promo&ccedil;&otilde;es. Eles det&ecirc;m 80% da decis&atilde;o da necessidade de uma a&ccedil;&atilde;o promocional.</p><p><span class="subtitulomateria">9. O que o cliente quer?</span><br />O cliente quer criatividade e inova&ccedil;&atilde;o (conhecimento do neg&oacute;cio e sugest&atilde;o de coisas alinhadas), custos (flexibilidade e transpar&ecirc;ncia), controle (gerenciamento das a&ccedil;&otilde;es), prazos (entrega), rapidez (senso de urg&ecirc;ncia) e experi&ecirc;ncia e notoriedade (tempo e reputa&ccedil;&atilde;o, ao contr&aacute;rio de fama e oba-oba).</p><p>Al&eacute;m disso, &eacute; preciso melhorar, ainda mais, algumas coisas, como o p&oacute;s-venda, a perfei&ccedil;&atilde;o da entrega, a customiza&ccedil;&atilde;o de a&ccedil;&otilde;es e os custos.</p><p><span class="subtitulomateria">10. Certifica&ccedil;&atilde;o AMPRO</span><br />Depois de tudo que foi levantado, vejo a Certifica&ccedil;&atilde;o AMPRO como esperan&ccedil;a para resolver v&aacute;rios destes problemas. A AMPRO tem legitimidade para classificar e desclassificar a todas as empresas, mas o crit&eacute;rio tem que ser realista, transparente e bem definido.</p><p>J&aacute; sugeri um c&oacute;digo de conduta para os afiliados da AMPRO e sugiro, tamb&eacute;m, melhores pr&aacute;ticas, tabelas de honor&aacute;rios m&iacute;nimos e sugest&otilde;es de fornecedores socialmente respons&aacute;veis. </p><p>Seja ranking ou selo de certifica&ccedil;&atilde;o, devemos dar aten&ccedil;&atilde;o ao fato de, no mercado promocional, as empresas serem diferentes. Alguns fazem eventos, outros promo&ccedil;&otilde;es, outros a&ccedil;&otilde;es digitais e outros tudo isto. Talvez, a certifica&ccedil;&atilde;o por &aacute;rea, t&eacute;cnica ou n&uacute;mero de funcion&aacute;rios, d&ecirc; mais visibilidade a este processo.</p><p>* Jos&eacute; Victor Oliva &eacute;&nbsp; diretor-geral da Holding Clube (Banco de Eventos, Samba Comunica&ccedil;&atilde;o, Rio 360, Lynx, Cross Networking e FanClub).</p>