O assunto da vez é mobilidade urbana. Com uma frota considerável de veículos nas ruas, baixo investimento em transportes públicos e pouco respeito às leis de trânsito, é necessário repensar políticas e implementar uma gestão mais eficaz. Para ajudar nesse processo, QUATRO RODAS, maior revista do segmento no país, em parceria com a SUPERINTERESSANTE e patrocínio da Petrobras, BMW e Idea! Zarvos, realizou nesta quinta (20), o Fórum Mobilidade Urbana. O evento reuniu nomes como Sérgio Avelleda, secretário de transportes da cidade de São Paulo, João Octaviano Machado Neto, presidente da CET-SP e Guilherme Telles, diretor-geral do Uber no Brasil.
O presidente do Grupo Abril, Walter Longo, abriu o evento falando que o assunto atinge a todos em uma cidade, independentemente da classe social. "Conscientizar a população sobre as vantagens do transporte público não se faz com repressão e punição. E sim com incentivo e qualidade do serviço prestado. Todo mundo usará o transporte público no momento em que ele for o que deveria ser. O transporte individual pode e deve ser encarado como alternativa válida e positiva, em uma visão futura de mobilidade multiplataforma. Nós precisamos de automóveis inteligentes, ruas inteligentes, cidades inteligentes, mas, principalmente, de governantes inteligentes", afirma.
Longo reforçou ainda a definição de mobilidade. "O conceito deve ser entendido como uma combinação de política de transporte, circulação e planejamento, direcionados a promover, e não a coibir o acesso mais amplo e mais democrático ao espaço urbano. Tudo isso impulsionado por uma tecnologia disruptiva, cada vez mais disponível, acessível e barata", explica.
O secretário de transportes de São Paulo, Sergio Avelleda, também esteve presente no encontro. "Já não se discute mais como solução a construção de novas vias. Ninguém mais vê uma campanha eleitoral por novos ‘minhocões’, novos túneis, novas pontes porque já se sabe que esse tipo de tratamento do tráfego não é capaz de resolver o problema. Na verdade, até agrava", conta.
Para Matheus Moraes, diretor de Policy&Comunication da 99, o carro, futuramente, será um serviço. "No futuro, cada vez mais as pessoas vão deixar de ter automóveis. Nós acreditamos que o carro vai ser um serviço. Quando você tem um carro compartilhado, você tem a utilização de uma capacidade instalada, que é esse próprio veículo, da forma mais eficiente possível. Você elimina até a necessidade de ter o estacionamento", completa.
Guilherme Teles, diretor-geral do UBER Brasil, encerrou o evento explicando que o aplicativo não veio para substituir o transporte público. "Nós viemos para melhorar. A ideia é ampliar o ecossistema, agregar ao que já existe. E aí a gente volta a recuperar a cidade e utilizar espaços grandes para passeio, para bicicleta e atividades de lazer", explica.
Ele ainda falou sobre uma possível chave para o futuro. "A solução é pegar esse carro e unir mais pessoas, fazendo o uso melhor da tecnologia, para que cada vez mais veículos sejam utilizados e não fiquem 95% do tempo parado na garagem", finaliza.
