O Marketing Digital passou por mudanças aceleradas em 2020 – o consumo online mais do que um desejo se tornou necessidade, o que forçou empresas e clientes a passarem bastante tempo conectados. A saturação por relações distantes, por sua vez, chega e faz com que as marcas precisem se interligar aos consumidores de uma forma diferenciada. A narrativa chega então para fomentar um novo período de conteúdo na rede. Junto a ele, a experiência do usuário serão a força motriz para a categoria continuar trazendo bons resultados.
Essa conclusão foi apresentada no painel “Marketing Digital” do Key Trends, evento de perspectivas e tendências organizado pelo Mundo do Marketing e Kmaleon para ajudar os profissionais de Marketing e empreendedores a se planejarem com mais confiança para o próximo ano. No último dia do evento, conduzido por Matheus Emboava, Co Fundador da Kmaleon, Martha Gabriel (CEO da Martha Gabriel Consultoria), Ricardo Ribeiro (Sales & New Business Magna Consulting), Victor Baptista (Co-fundador e Operações da Search Lab) e Douglas Gomides (Consultor e Professor) trouxeram tendências e dicas para os profissionais da área.
Para Martha Gabriel, agora é o momento de analisar o que o consumidor deseja e se adaptar a esse contexto. “O formato de Marketing de conteúdo mudou. As pessoas estão sobrecarregadas, tem que ser algo mais curto e direto. Os institutos de futurismo enxergam que comunidade, diversidade e identidade são pontos essenciais para serem trabalhados atualmente”, conta a especialista
Novos conceitos
O conceito de comunidade – todos se ajudando – seguirá em alta, assim como vendas em lives devem despontar no próximo ano. E, ainda que se pense no pós-pandemia como algo libertador e de regresso, ele chegará mantendo hábitos atuais, como maior procura por delivery e eventos híbridos.
A forma com que os consumidores se acostumaram a realizar determinadas tarefas também deve ser considerada. “As pessoas passaram a cortar cabelo em casa, algumas não devem voltar a ir em salões. As pessoas falam do antes da pandemia como se fosse bom. O antes não estava bom exatamente. Muita coisa ruim ficou melhor. Eu fiz uma palestra para 11 mil pessoas online, antes isso não seria possível. As pessoas estão esgotadas porque não estão conseguindo dar uma pausa, mas quando puderem, vão manter certos hábitos que ocorreram na pandemia”, pontuou Martha.
Outro ponto que será mais ainda valorizado é o de uso de dados, que está cada vez mais intrínseco à rotina do profissional de Marketing. “O achismo é inimigo do empreendedorismo, porque tira recursos e faz você errar. Na engenharia ninguém questiona um cálculo, porque em Marketing o dado pode ser negligenciado? Ele nos coloca em um patamar de confiança. Pelo uso de dados você tem prismas diferentes para contribuir para a inteligência do processo”, pontua.
Era da Experiência
A leitura e interpretação dos dados está relacionada ao tipo de narrativa que as marcas podem criar em seus perfis e sites. Uma simples busca no Google pode indicar o que a pessoa quer fazer, comprar ou ir. O SEO, no entanto, tem que passar o que as pessoas querem comprar de forma leve, analisando dados e filtrando as informações. Analisando o porquê do desejo de comprar.
O SEO deixa de ser sobre conteúdo e passa a ser sobre experiência. “Quando pensamos em SEO daqui pra frente, pode soar contraditório, mas temos que deixar de lado o volume e passar a entender o que o usuário busca por traz da busca. Ele quer comprar ou ver vídeo de youtuber? Tem que estudar o usuário. O formato texto e vídeo está em alta. No texto existem diferentes formatos de página, que estão relacionados com o micro momento. Não adianta mais pensar em táticas antigas. Não é apenas cuidar das palavras, mas pensar como o cliente: quando ele realiza o objetivo dele acontece a performance”, afirma Victor Baptista Co-fundador e Operações da Search Lab.
Uma dica dada por Ricardo Ribeiro, da Sales & New Business Magna Consulting, é seguir possíveis clientes. “Seguindo-as, você vai conhece-la a fundo. O CRM tem a ver com ter os dados e usa-los a seu favor. Mais para atende-lo como ele quer do que pra si como marca. Quando você pensa em criar entra a questão de para quem você está criando e se ele quer ver aquilo. Se sua marca vende consultoria você precisa saber qual problema vai resolver, se vende sapato, tem que oferecer ume estilo. E para isso só vendo a conhecendo a fundo seu público-alvo”, pontua o especialista.
Tendências
Uma crítica levantada por Douglas Gomides é de que a comunicação digital está muito igual. “Trabalhar focado em data comemorativa é atestado de preguiça, é preciso sair da zona de conforto da criação de conteúdo. Para 2021 as pessoas tem ousar na forma de produzir conteúdo, porque tem muita gente fazendo igual. A dica pra sair do comum é usar a viralização. Contação de histórias (narrativa), técnica “how to”, memes (informação por meio de meme), entre outros. Mais do que criar conteúdo, a mídia social precisa abrir porta para conversas e não apenas postar”, indica o professor e consultor.
Outra tendência é de geração de base, que mostrou em 2020 como é essencial aos negócios. “As pessoas esqueceram o que é CRM. Quem não possui base de contato não tem nada e a pandemia mostrou isso. Se você não tem contato do cliente, você terá que angariar novos – na pandemia isso refletiu em grandes perdas. Além disso, o CDP – evolução do CRM, onde põe os dados da jornada e personaliza – parou de ser um imaginário na cabeça das pessoas”, afirma Ricardo Ribeiro.
Nunca é demais lembrar que o cliente deve ser o centro de importância e esse norte deverá manter na elaboração das estratégias para 2021. A experiência dele será sobrada duramente. “Esse ano o Google anunciou que a experiência será importante para rankeamento e esse novo formato será posto em pratica em maio de 2021. Então agora é a hora de resolver os problemas nesse sentido. Quem não se adequar pode despencar nas buscas”, prevê Victor Baptista.
Reveja a íntegra do painel “Marketing Digital” no vídeo abaixo.