<p><strong>Multiplique o or&ccedil;amento investindo em Marketing Cultural</strong></p><p>Por Bruno Mello<br /><a href="mailto:[email protected]">[email protected]</a></p><p>Ter pouca verba para marketing j&aacute; n&atilde;o &eacute; mais desculpa para deixar de investir em Marketing Cultural. As Leis de Incentivo &agrave; Cultura d&atilde;o uma bela ajuda quando o assunto &eacute; esticar o or&ccedil;amento, pois, fazendo o uso delas, uma rubrica de R$ 30 mil pode se transformar numa quantia respeit&aacute;vel de R$ 270 mil. Mas &eacute; preciso saber fazer essas contas, ter um bom planejamento e adequar os projetos para que eles sejam aprovados pelo Minist&eacute;rio da Cultura – no caso da Lei Rouanet – ou pela Secretaria de Fazenda &ndash; para as leis de ICMS.</p><p>Quem tem a f&oacute;rmula da multiplica&ccedil;&atilde;o da verba &eacute; Marcello Quintella, s&oacute;cio-diretor da Tear Cultural, empresa que atende&nbsp;a clientes como Ambev, Tim e Nextel. Nesta entrevista ao Mundo do Marketing, Quintella explica como utilizar este servi&ccedil;o que vai crescer em import&acirc;ncia na medida em que a publicidade continuar a perder seu poder. Pegue l&aacute;pis e caneta e tome nota.</p><p><span class="texto_laranja_bold">O Marketing Promocional, por exemplo, vai movimentar R$ 20 bilh&otilde;es este ano. O Marketing Cultural deve chegar a quanto? </span><br />Se voc&ecirc; for usar como par&acirc;metro as estat&iacute;sticas mais confi&aacute;veis, temos os dados da Lei Rouanet e a Lei de Incentivo &agrave; Cultura do Estado do Rio de Janeiro, que dizem respeito &agrave; ren&uacute;ncia fiscal, ou seja, os recursos que o Governo direciona para que as empresas utilizem para patrocinar projetos culturais. No Estado do Rio, esse valor gira em torno de R$ 60 milh&otilde;es e na Lei Rouanet o valor &eacute; entre R$ 600 e R$ 700 milh&otilde;es por ano. </p><p>Agora, nem todos da grande ind&uacute;stria utilizam a Lei Rouanet porque a empresa tem que ter lucro, pagar imposto de renda em dia e que pegar uma parte desse imposto a ser pago e direcionar a patroc&iacute;nio de projetos culturais. No caso das leis de ICMS e ISS basta comercializar um produto ou um servi&ccedil;o para ter o direito de utilizar os recursos. Um exemplo s&atilde;o as empresas de telefonia que utilizam leis do ICMS. </p><p><span class="texto_laranja_bold">Isso no Rio e no Brasil como um todo. E em S&atilde;o Paulo?</span><br />Em S&atilde;o Paulo tem a Lei Mendon&ccedil;a, mas que nos &uacute;ltimos anos n&atilde;o vinha funcionando direito por causa da transi&ccedil;&atilde;o da Marta (Suplicy) para o (Jos&eacute;) Serra, pois teve todo aquele problema financeiro e a&iacute; no primeiro ano do Serra ele n&atilde;o assinou a ren&uacute;ncia fiscal e no segundo ano foi muito pouco. J&aacute; no Governo do Estado tem uma nova lei assinada ainda na &eacute;poca do Geraldo Alckmin que estabelece um teto para utiliza&ccedil;&atilde;o dos recursos. Isso dificulta para empresas que t&ecirc;m um or&ccedil;amento muito grande, mas a lei ainda &eacute; nova e provavelmente vai ter alguns ajustes.</p><p><span class="texto_laranja_bold">Fazendo um paralelo com ind&uacute;stria ligada ao esporte, uma pesquisa do Ipsos-Marplan diz que o setor representa 2% do PIB Brasileiro, com 15,6 bilh&otilde;es.&nbsp; Por que na ind&uacute;stria cultural &eacute; dif&iacute;cil mensurar um montante? O que falta para a Cultura chegar a este patamar?</span><br />S&oacute; de Lei de Incentivo n&oacute;s estamos falando em um bilh&atilde;o. N&atilde;o &eacute; nem muita coisa se formos comparar com o esporte e se voc&ecirc; for contabilizar outros investimentos diretos, sem a utiliza&ccedil;&atilde;o das leis &ndash; o que &eacute; cada vez mais raro porque existe uma demanda crescente das empresas para utilizarem as leis de incentivo porque elas est&atilde;o interessadas em otimizar a utiliza&ccedil;&atilde;o dos seus recursos &ndash; n&atilde;o chega a esse montante do esporte. Em alguns casos o mercado cultural n&atilde;o tem relacionamentos formais e muita coisa fica fora da estat&iacute;stica, que deve chegar a um m&aacute;ximo de R$ 2 bilh&otilde;es. Mas a import&acirc;ncia do marketing cultural vai crescer na medida em que a perda de import&acirc;ncia de ferramentas como a publicidade for maior.</p><p><span class="texto_laranja_bold">O caminho ent&atilde;o s&atilde;o as leis de incentivo? Elas trazem benef&iacute;cios realmente? </span><br />A ren&uacute;ncia que o governo d&aacute; em forma de lei de incentivo, se formos analisar, ela retorna para o governo. Primeiro porque &eacute; exigido que o processo cont&aacute;bel da empresa esteja perfeito e, segundo, porque cada servi&ccedil;o que voc&ecirc; for comprar para o projeto voc&ecirc; vai pagar imposto de novo. &Eacute; um efeito multiplicador da economia. Al&eacute;m de gerar imposto, gera renda tamb&eacute;m para quem est&aacute; trabalhando num projeto. Mas se voc&ecirc; for ver as leis de incentivo &agrave; cultura comparada a outras ind&uacute;strias, ver&aacute; que ser&aacute; uma das menos que t&ecirc;m ben&eacute;ficos. De qualquer forma, as leis ajudam muito os produtores a realizarem seus projetos. Se n&atilde;o fossem as leis de incentivo haveria mais uma dificuldade para muitos projetos culturais que n&atilde;o teriam patrocinador. </p><p><span class="texto_laranja_bold">Como as empresas podem utilizar as leis de incentivo para promover as suas marcas?</span><br />Quando &eacute; um projeto muito bem pensando, planejado e principalmente executado – porque existem id&eacute;ias maravilhosas que v&atilde;o por &aacute;gua abaixo com uma execu&ccedil;&atilde;o ruim &ndash; h&aacute; como marcar a vida de uma pessoa de forma positiva, gerar uma percep&ccedil;&atilde;o e uma simpatia pela marca muito grande. Tem que conceber um bom projeto e executar com excel&ecirc;ncia. A&iacute; se vai proporcionar uma grande experi&ecirc;ncia de marca. </p><p><span class="texto_laranja_bold">Como as empresas devem se preparar para investir em marketing cultural?</span><br />No caso da Lei Rouanet, que n&atilde;o exige a situa&ccedil;&atilde;o fiscal da empresa, basta que ela tenha imposto a pagar e que o projeto seja aprovado pelo Minist&eacute;rio da Cultura. No caso das leis de ICMS e ISS, a empresa vai passar pelo crivo da Secretaria de Fazenda do Estado para que o projeto seja aprovado. N&atilde;o pode ter nenhuma pend&ecirc;ncia. O produtor tamb&eacute;m deve ter conhecimento das obriga&ccedil;&otilde;es que a lei exige e, sobretudo, capacidade de execu&ccedil;&atilde;o do projeto de forma correta. A responsabilidade &eacute; grande porque tanto o produtor quanto o patrocinador est&atilde;o lhe dando com recursos p&uacute;blicos.</p><p><span class="texto_laranja_bold">E como poderemos medir o retorno que as empresas t&ecirc;m ao investir em marketing cultural? </span><br />Uma empresa como a Ambev, que vende um produto num evento, fica f&aacute;cil de medir o retorno em termos tang&iacute;veis. Mas tem a parte intang&iacute;vel que voc&ecirc; s&oacute; consegue mensurar fazendo pesquisas. Para a empresa investir em cultura ela deve saber exatamente o seu objetivo com este investimento: se ela vai realizar projetos com foco no seu target ou em projetos s&oacute;cio-culturais ou ainda nos dois. Al&eacute;m disso, a empresa tem que definir a forma como ela quer se comunicar com o seu p&uacute;blico e como ela quer ser identificada. A Tim, por exemplo, que tem o Tim Festival, utiliza bastante a m&uacute;sica.</p><p><span class="texto_laranja_bold">Quais s&atilde;o os casos de sucesso da Tear Cultural?</span><br />Enxergamos que as leis de incentivo estavam sendo usadas muito pelas empresas estatais e que as companhias privadas n&atilde;o utilizavam muito, seja por desconhecimento ou por preconceito com o relacionamento com o poder p&uacute;blico. Aproveitamos essa oportunidade para mostrar os benef&iacute;cios das leis e ser um agente facilitador das empresas para que elas fizessem seus projetos com as leis. Mostramos o comparativo de empresas que, fazendo as contas, dos R$ 30 mil que ela tinham para investir poderia virar R$ 270 mil. </p><p>E quem trabalha com marketing sabe que com mais verba d&aacute; para fazer mais projetos e que com mais projetos, ou com projetos maiores, tem um retorno maior. Mas, sem as leis, o dirigente de marketing que recebe dezenas de propostas por dia, n&atilde;o poderia realizar um projeto que iria trazer um grande retorno para a marca. Um caso de sucesso, que participamos desde o come&ccedil;o, foi o da Ambev, que nunca tinha utilizado lei de incentivo &agrave; cultura e hoje eles j&aacute; utilizam em projetos como Skol Rio e Skol Beats. E a Tim, que tamb&eacute;m &eacute; outra grande patrocinadora, e que hoje utiliza a lei para o Tim Festival. E, entre v&aacute;rios outros, mais recentemente o Ponto Frio, com as comemora&ccedil;&otilde;es dos 60 anos.</p><p><span class="texto_laranja_bold">Acesse</span><br /><a href="http://www.tearcultural.com.br" target="_blank">www.tearcultural.com.br</a></p>
Multiplique o orçamento investindo em Marketing Cultural
18 de outubro de 2006