<p class="titulomateria">Mudan&ccedil;a do consumidor obriga varejo a mudar e a se diferenciar ainda mais</p> <p>Por Bruno Mello<br /> <a href="mailto:[email protected]">[email protected]</a></p> <p>A crise norte-americana afetou a confian&ccedil;a do consumidor. Ele pode at&eacute; ter algum dinheiro guardado e cr&eacute;dito, mas se ele n&atilde;o est&aacute; confiante, n&atilde;o compra. E, quando compra, muda o h&aacute;bito. Ao inv&eacute;s de ir ao restaurante, fica em casa e vai ao supermercado atr&aacute;s de produtos diferentes. Esta mudan&ccedil;a no comportamento do consumidor j&aacute; est&aacute; sendo vista nos Estados Unidos,&nbsp;acontecer&aacute; no Brasil e obrigar&aacute; a ind&uacute;stria a repensar a ofert <script src="jscripts/tiny_mce/themes/advanced/langs/pt.js" type="text/javascript"></script>a de produtos e o varejo a mudar o seu conceito.</p> <p>&ldquo;Com esta mudan&ccedil;a do comportamento, os supermercados ter&atilde;o que se reinventar&rdquo;, afirma Marcos Gouv&ecirc;a de Souza, S&oacute;cio-s&ecirc;nior e diretor geral da consultoria GS&amp;MD, especializada em Marketing e canais de venda durante evento realizado ontem no Rio de Janeiro. O &Iacute;ndice Nacional de Confian&ccedil;a do consumidor brasileiro, medido mensalmente pela ACSP/Ipsos, apresentou baixa de um ponto em janeiro deste ano, mas continua alto, marcando 138 pontos, diante dos 129 pontos medidos h&aacute; um ano.</p> <p>Nos EUA, estima-se que 26% dos varejistas est&atilde;o com problemas para manterem sua opera&ccedil;&atilde;o. Cerca de 150 mil lojas j&aacute; foram fechadas. Quem luta pela sobreviv&ecirc;ncia est&aacute; reduzindo as linhas de produtos e adiando investimentos. No Brasil, com ou sem crise, as lojas continuaram de p&eacute; e os consumidores vivos, destaca Alberto Serrentino, S&oacute;cio-s&ecirc;nior da GS&amp;MD. &ldquo;Em qualquer cen&aacute;rio, as pessoas continuar&atilde;o comprando e fazendo escolhas. A quest&atilde;o hoje &eacute; ter estrat&eacute;gias voltadas para os clientes, conhecendo-os, segmentando-os e oferecendo um produto consistente&rdquo;, afirma. &ldquo;No supermercado, as pessoas n&atilde;o v&atilde;o comprar produtos convencionais. Elas querem cada vez mais coisas elaboradas&rdquo;, completa.</p> <p><span class="subtitulo&lt;mce:sc&lt;mce:&lt;mce:script type="><br /> <img class="foto_laranja_materias" title="Mudan&ccedil;a do consumidor obriga varejo a mudar e a se diferenciar ainda mais" border="0" alt="" width="300" height="258" style="float: left" src="images/materias/jcpenney.jpg" />J&aacute; h&aacute; casos de sucesso</span><br /> Com novos valores, mudam os padr&otilde;es de consumo e se imp&otilde;em novos modelos de comercializa&ccedil;&atilde;o e de comunica&ccedil;&atilde;o. &ldquo;A meta agora, mais do que nunca, &eacute; se reinventar&rdquo;, decreta Serrentino. &ldquo;O consumismo est&aacute; em baixa em detrimento de um consumo consciente. Ao inv&eacute;s de consumir muito, as pessoas passar&atilde;o a consumir melhor&rdquo;, completa. O consumidor tamb&eacute;m est&aacute; cada vez mais flex&iacute;vel e a miss&atilde;o agora &eacute; integrar as lojas de tijolo com as virtuais, com as vendas por cat&aacute;logo e com o celular.</p> <p>A JCPenney, maior varejista por cat&aacute;logo, &eacute; um caso de sucesso nos EUA. O consumidor pode comprar em casa e retirar o produto na loja, comprar na loja tradicionalmente ou pela internet dentro da loja e receber em casa. &ldquo;A Best Buy tamb&eacute;m vem trabalhando bem a integra&ccedil;&atilde;o depois de um profundo estudo sobre os desejos do consumidor&rdquo;, destaca Serrentino. A varejista norte-americana pesquisou o perfil dos consumidores e, com isso, p&ocirc;de criar lojas, produtos em co-brand e servi&ccedil;os &uacute;nicos de acordo com o que consumidor desejava, como um notebook com as configura&ccedil;&otilde;es preferidas dos clientes.</p> <p>No Brasil, o consultor aponta as lojas virtuais da Saraiva, Livraria Cultura, Ponto Frio e Fast Shop como exemplos maduros. &ldquo;S&oacute; falta integrar mais os canais, o que as Casas Bahia j&aacute; est&aacute; come&ccedil;ando a fazer com o lan&ccedil;amento de sua loja virtual nesta semana em que o consumidor compra on-line e retira o produto na loja sem pagar o frete&rdquo;, analisa.</p> <p><span class="subtitulomateria"><span class="subtitulomateria"><img class="foto_laranja_materias" title="Mudan&ccedil;a do consumidor obriga varejo a mudar e a se diferenciar ainda mais" border="0" alt="" width="200" height="200" style="float: right" src="images/materias/bestbuy.jpg" /></span>Varejo precisa de um conceito que o diferencie</span><br /> O cen&aacute;rio atual tamb&eacute;m obriga as empresas a otimizarem os ativos do varejo. S&atilde;o todos os canais de vendas, os estoques e a carteira de cr&eacute;dito. &ldquo;O ponto-de-venda deve ter a localiza&ccedil;&atilde;o correta, precifica&ccedil;&atilde;o consciente e aloca&ccedil;&atilde;o correta dos espa&ccedil;os&rdquo;, diz Alexandre Horta, s&oacute;cio-s&ecirc;nior e diretor da GS&amp;MD. &ldquo;&Eacute; preciso ainda estimar a demanda, ter um abastecimento correto, promo&ccedil;&otilde;es atrativas, identificar padr&otilde;es de consumo e delimitar os riscos&rdquo;, ensina.</p> <p>Essas e outras a&ccedil;&otilde;es de relacionamento permitem conhecer melhor o comportamento do consumidor, o que gera ofertas que sejam realmente diferentes, como &eacute; o caso da rede de drogaria canadense Rexall, que tem mais de 1.800 lojas, incluindo outras bandeiras do grupo. &ldquo;Ao entender melhor o consumidor atrav&eacute;s das atitudes, eles puderam oferecer ofertas com benef&iacute;cios realmente interessantes para cada perfil de cliente, o que aumentou as compras, a reten&ccedil;&atilde;o dos clientes, a frequ&ecirc;ncia de idas &agrave;s lojas, o ticket m&eacute;dio, a receita e a margem de lucro&rdquo;, conta Horta.</p> <p>Os novos tempos para os varejistas s&atilde;o de buscar diferencia&ccedil;&atilde;o para aumentar a rentabilidade, uma vez que a maioria dos produtos est&atilde;o comoditizados. Se os produtos s&atilde;o iguais, os pre&ccedil;os semelhantes, quem tem que mudar &eacute; a loja. &ldquo;O varejo tem que criar ainda mais servi&ccedil;os e um posicionamento que se transforme em um conceito diferente, n&atilde;o de um revendedor de produto&rdquo;, conclui Marcos Gouv&ecirc;a de Souza.</p>
Mudança do consumidor obriga varejo a mudar e a se diferenciar ainda mais
5 de fevereiro de 2009