<p>Que companhias ser&atilde;o as IBMs e Coca-Colas de amanh&atilde;? N&atilde;o se sabe ao certo. Mas h&aacute; consenso de que &eacute; na Bricol&acirc;ndia &ndash; que inclui Brasil, R&uacute;ssia, &Iacute;ndia, China e outros pa&iacute;ses emergentes &ndash; que as poderosas marcas do s&eacute;culo 21 ser&atilde;o encontradas. Proponho, portanto, uma leitura cuidadosa entre as linhas de muitas tend&ecirc;ncias societ&aacute;rias, financeiras e econ&ocirc;micas concomitantes.</p> <p><strong>Tr&ecirc;s grupos dominantes</strong><br /> As marcas das economias BRIC est&atilde;o bem na fita, mas vale notar que nomes de outros pa&iacute;ses emergentes tamb&eacute;m se destacam. Qualquer pesquisa com marcas da Bricol&acirc;ndia mostra que faz sentido separ&aacute;-las entre os tr&ecirc;s grupos a seguir, que se preparam para alcan&ccedil;ar relev&acirc;ncia na pr&oacute;xima d&eacute;cada: <br /> <br /> 1. <u>Gigantes emergentes</u>. Marcas industriais e de conglomerados que est&atilde;o crescendo bastante por meio de aquisi&ccedil;&otilde;es para se tornarem os principais players mundiais.<br /> <br /> 2. <u>Novos campe&otilde;es</u>. Marcas com escala dom&eacute;stica que se aventuram al&eacute;m de suas fronteiras, aproveitando vantagens de custo e escala para oferecerem valor convincente.<br /> <br /> 3. <u>&ldquo;Cavaleiros &aacute;rabes&rdquo;</u>. Marcas relativamente novas que t&ecirc;m vis&atilde;o externa fortalecida pela riqueza dos &aacute;rabes e se caracterizam pela magnitude e velocidade de crescimento.</p> <p><strong><img height="219" alt="" width="350" align="right" src="/images/materias/hsm_merc_emerge_tatamotors.jpg" />Gigantes emergentes</strong><br /> A sabedoria comum diz que construir uma marca de sucesso leva anos e que, uma vez que a marca tenha ganhado o manto da lideran&ccedil;a, torna-se dif&iacute;cil retir&aacute;-lo. Essa cren&ccedil;a est&aacute; come&ccedil;ando a mudar. O economista Antoine van Agtmael discute persuasivamente em seu livro &quot;O S&eacute;culo dos Mercados Emergentes&quot; (ed. Cultrix) que &ldquo;est&aacute; na hora de come&ccedil;armos a nos acostumar &agrave; ideia de que os nomes familiares atuais &ndash; quer estejamos falando de IBM, Ford ou Shell &ndash; est&atilde;o correndo o perigo de se tornarem os esquecidos de amanh&atilde;&rdquo;. Tem crescido a fila de competidores que est&atilde;o quase atingindo o status de nomes familiares, desde as brasileiras Embraer, Vale e Petrobras at&eacute; a indiana Tata (foto), a sul-africana SAB Miller e a russa Gazprom. O leitor sabe exatamente o que est&aacute; gerando essa mudan&ccedil;a?</p> <p>&bull; Para come&ccedil;ar, enquanto o mundo muda do dom&iacute;nio comercial dos Estados Unidos e do Leste Europeu para uma orienta&ccedil;&atilde;o multipolar, as popula&ccedil;&otilde;es nas economias emergentes continuar&atilde;o a se tornar mais ricas e sofisticadas. Hoje, o mundo em desenvolvimento contribui com quase metade do PIB mundial, nos anos 1990 essa participa&ccedil;&atilde;o era 39%. Uma evid&ecirc;ncia da mudan&ccedil;a de poder econ&ocirc;mico &eacute; o desempenho das bolsas de valores do mundo antes da &uacute;ltima crise financeira. De 2002 at&eacute; 2007, os &iacute;ndices do mercado de a&ccedil;&otilde;es nos pa&iacute;ses emergentes cresceram em m&eacute;dia 42% ao ano e os das bolsas tradicionais, em m&eacute;dia 13%. Existem muitas raz&otilde;es para esperar que esses padr&otilde;es sejam retomados quando a economia mundial se recuperar totalmente. As novas economias est&atilde;o rapidamente se tornando fontes de financiamento de desenvolvimento estrangeiro &agrave; medida que suas companhias buscam oportunidades de expans&atilde;o.</p> <p>&bull; A no&ccedil;&atilde;o de que uma companhia de mercado emergente est&aacute; mais bem posicionada para entender os desafios de todos os mercados emergentes &eacute; inquestion&aacute;vel: a mineradora brasileira Vale faz de suas &ldquo;ra&iacute;zes de mercado em desenvolvimento&rdquo; um ponto de diferencia&ccedil;&atilde;o competitiva, no sentido de que entende melhor as necessidades do cliente em desenvolvimento. Existe tamb&eacute;m um aspecto de &ldquo;Davi e Golias&rdquo; para o papel de tais empresas &ndash; fator que gera atra&ccedil;&atilde;o nos mercados em desenvolvimento.</p> <p>&bull; Aproximadamente 97% dos 438 milh&otilde;es de pessoas que&nbsp;v&atilde;o entrar no mercado de trabalho mundial at&eacute; 2050 vir&atilde;o de pa&iacute;ses em desenvolvimento, de acordo com estudos da Accenture e da Economist Intelligence Unit. Os consumidores dos mercados emergentes representar&atilde;o mais da metade do consumo mundial at&eacute; 2025, segundo um estudo. O fato &eacute; que as maiores popula&ccedil;&otilde;es residem no mundo emergente e, cada vez mais, &eacute; a&iacute; que as vendas e a demanda de consumo t&ecirc;m crescido mais r&aacute;pido. S&atilde;o vendidos mais eletrodom&eacute;sticos na China do que nos Estados Unidos. Os chineses juntos consomem mais cerveja que os norte-americanos. O tamanho da classe m&eacute;dia da &Iacute;ndia j&aacute; &eacute; maior do que a popula&ccedil;&atilde;o de todos os pa&iacute;ses da Uni&atilde;o Europeia juntos.</p> <p>&bull; Mais e mais pessoas ingressam na classe m&eacute;dia no mundo inteiro &ndash; realidade demogr&aacute;fica que a recente crise n&atilde;o vai alterar &ndash; e esperam melhorar seu estilo de vida. Isso significa uma oportunidade a mais para as marcas dos mercados emergentes se tornarem mais sofisticadas, pois isso acontece ao mesmo tempo que um novo p&uacute;blico se sofistica.</p> <p>&bull; Apesar da desconfian&ccedil;a que consumidores dos mercados maduros &agrave;s vezes demonstram em rela&ccedil;&atilde;o a marcas de emergentes [veja quadro ao lado], v&aacute;rias empresas de mercados emergentes est&atilde;o ganhando credibilidade por meio de aquisi&ccedil;&otilde;es. Em 2005, a chinesa Lenovo entrou instantaneamente no ranking das melhores fabricantes de computadores do mundo ao comprar o neg&oacute;cio de microcomputadores da IBM por US$ 1,25 bilh&atilde;o. Da noite para o dia, a Lenovo apropriou-se dos desej&aacute;veis clientes da IBM e da valiosa marca ThinkPad.</p> <p><img height="229" alt="" width="350" align="left" src="/images/materias/hsm_merc_emerge_tonelbr.jpg" />Tamb&eacute;m a brasileira Vale se tornou participante conhecida no setor de minera&ccedil;&atilde;o com sua aquisi&ccedil;&atilde;o em 2007 da centen&aacute;ria canadense Inco. Da mesma forma, a aquisi&ccedil;&atilde;o de US$ 11 bilh&otilde;es do respeitado neg&oacute;cio da GE Plastics pela saudita Sabic sinalizou a crescente influ&ecirc;ncia de empresas do Oriente M&eacute;dio nadando nas receitas provenientes do petr&oacute;leo. E a aquisi&ccedil;&atilde;o da Godiva pela &Uuml;lker a projetou de uma gigante de doces turca, que atendia clientes em seu mercado dom&eacute;stico e em economias emergentes da Europa Central e do Leste Europeu, para uma participante mundial com uma lend&aacute;ria marca em seu portf&oacute;lio.</p> <p>O setor de cervejas nos d&aacute; mais dois importantes exemplos: a sul-africana SAB comprou a norte-americana Miller e a brasileira AmBev se fundiu com a belga Interbrew para constituir a InBev, que recentemente completou a aquisi&ccedil;&atilde;o da norte-americana Anheuser Busch, com sua ic&ocirc;nica marca Budweiser. Em ambos os casos, as companhias p&oacute;s-negocia&ccedil;&atilde;o ficaram com portf&oacute;lios de marcas maiores e mais diversas e participa&ccedil;&otilde;es geogr&aacute;ficas mais amplas, dando-lhes &oacute;tima estrutura para o futuro sucesso mundial.</p> <p>N&atilde;o s&oacute; essas aquisi&ccedil;&otilde;es geram escala e mais clientes al&eacute;m dos compradores do mercado dom&eacute;stico, como tamb&eacute;m p&otilde;em as empresas no mapa mundial &agrave; medida que um novo p&uacute;blico &ndash; clientes, governos, m&iacute;dia, novos funcion&aacute;rios &ndash; come&ccedil;a a aprender mais sobre elas. No entanto, as aquisi&ccedil;&otilde;es ainda precisam superar problemas de percep&ccedil;&atilde;o.</p> <p><strong>Novos campe&otilde;es</strong><br /> Um produto ou servi&ccedil;o singular, que tenha sido provado domesticamente e esteja pronto para enfrentar um p&uacute;blico mais amplo, &eacute; uma caracter&iacute;stica de muitos dos neg&oacute;cios da Bricol&acirc;ndia que n&oacute;s chamamos de &ldquo;novos campe&otilde;es&rdquo;. A empresa sul-africana Sasol &eacute; exemplo-chave. Maior produtora de combust&iacute;veis sint&eacute;ticos do mundo, &eacute; a &uacute;nica empresa a ter um neg&oacute;cio comercialmente vi&aacute;vel para converter carv&atilde;o em combust&iacute;vel l&iacute;quido. Em um mundo onde o carv&atilde;o &eacute; mais abundante e acess&iacute;vel que o petr&oacute;leo, poder exportar essa tecnologia, como fez a Sasol em mais de 20 pa&iacute;ses, estabelece a promessa de marca de futuro. O timing de produto e a inova&ccedil;&atilde;o tamb&eacute;m podem ser poderosos vetores de sucesso para companhias do universo emergente.</p> <p>A Nando, conceito de fast-food sulafricano constru&iacute;do em torno de frango grelhado temperado com molho peri-peri (&agrave; base de pimenta, comum no sul da &Aacute;frica), construiu sua marca entre uma atitude animada e uma identidade muito forte. A empresa pode se posicionar como alternativa apropriada e focada em sa&uacute;de contra os gigantes de fast-food mundiais. Ela j&aacute; tem sucesso em mercados t&atilde;o diversos como &Aacute;frica do Sul, Austr&aacute;lia, Reino Unido, Estados Unidos, Canad&aacute;, &Iacute;ndia, Paquist&atilde;o, Bangladesh, Kuwait, L&iacute;bano, Emirados &Aacute;rabes Unidos e Nova Zel&acirc;ndia.</p> <p>Outra vantagem das empresas de mercados emergentes &eacute; a pr&oacute;pria novidade. Elas n&atilde;o est&atilde;o amarradas por investimentos e atitudes antiquadas, n&atilde;o t&ecirc;m f&aacute;bricas obsoletas para serem atualizadas nem culturas arraigadas que resistem a mudan&ccedil;as. Al&eacute;m disso, podem aprender a gerar valor a partir de nichos, ao identificar segmentos de mercado e regi&otilde;es geogr&aacute;ficas n&atilde;o atingidos ou ignorados. Como era de esperar, a &aacute;rea de tecnologia viu uma abund&acirc;ncia de novas marcas da Bricol&acirc;ndia nos &uacute;ltimos anos.</p> <p>A indiana Airtel, por exemplo, est&aacute; mundialmente ranqueada em quarto lugar no setor de telecomunica&ccedil;&otilde;es m&oacute;veis, atr&aacute;s da China Mobile, Vodafone e Am&eacute;rica M&oacute;vil. Em um pa&iacute;s onde em 2008 mais de 10 milh&otilde;es de assinantes entraram na categoria em apenas um m&ecirc;s, a Airtel domina ao terceirizar toda sua infraestrutura operacional, atuando como empresa de Marketing e vendas. Lucra em m&eacute;dia US$ 5 por usu&aacute;rio ao m&ecirc;s.</p> <p>No setor de equipamentos de telecom, as chinesas Huawei e ZTE aproveitaram suas habilidades em engenharia e vantagens de custo para desenvolver e vender redes e aparelhos de telecomunica&ccedil;&otilde;es com sucesso em seu mercado dom&eacute;stico e entraram na &Aacute;frica e na Am&eacute;rica Latina. Em servi&ccedil;os de tecnologia da informa&ccedil;&atilde;o, as indianas Infosys, TCS e Wipro s&atilde;o estrelas bem conhecidas. Ao alavancar a base de talentos do pa&iacute;s em engenharia de software, elas est&atilde;o gerenciando os sistemas operacionais de muitas das maiores empresas do mundo e agora est&atilde;o migrando para consultoria. &ldquo;As tr&ecirc;s gigantes indianas surgem como a pr&oacute;xima gera&ccedil;&atilde;o de megavendedores de servi&ccedil;o de TI&rdquo;, observa a empresa de pesquisa Gartner.</p> <p>H&aacute; tamb&eacute;m a indiana Mahindra &amp; Mahindra, empresa de engenharia com 62 anos de tradi&ccedil;&atilde;o, que recentemente adquiriu a Tractorul Brasol, da Rom&ecirc;nia, para se tornar uma das maiores fabricantes de tratores do mundo. Ela agora vende o Mahindra 5500 no territ&oacute;rio norte-americano, em uma competi&ccedil;&atilde;o bem-sucedida com marcas j&aacute; estabelecidas, como John Deere e Caterpillar. E, da &Aacute;frica do Sul, a MTN est&aacute; surgindo como pot&ecirc;ncia de telecomunica&ccedil;&otilde;es mundial, com 74 milh&otilde;es de assinantes de telefonia m&oacute;vel em 21 pa&iacute;ses e US$ 6 bilh&otilde;es em receitas.</p> <p><strong>Cavaleiros &aacute;rabes</strong> <br /> Um desdobramento recente tem sido o surgimento de marcas poderosas do Golfo P&eacute;rsico. Um dos exemplos mais vis&iacute;veis &eacute; a Emirates, companhia a&eacute;rea dos Emirados &Aacute;rabes Unidos fundada h&aacute; 24 anos que tem excelente reputa&ccedil;&atilde;o de qualidade e que est&aacute; se expandindo rapidamente para se tornar um grande conglomerado de viagens e turismo.</p> <p>A Emirates enfrenta concorr&ecirc;ncia de outra companhia a&eacute;rea do golfo que est&aacute; rapidamente adquirindo reputa&ccedil;&atilde;o de excel&ecirc;ncia: a Qatar Airways. A empresa do Qatar hoje se vende como &ldquo;Sua empresa a&eacute;rea cinco estrelas&rdquo; depois de vencer o cobi&ccedil;ado pr&ecirc;mio cinco estrelas da Skytrax. O sofisticado terminal da empresa em Doha, no Qatar, cujos sal&otilde;es mesclam o ambiente de um clube privado com o de um hotel cinco estrelas, ecoa seu n&iacute;vel de servi&ccedil;o a bordo. Abordagens similares est&atilde;o aparecendo nos neg&oacute;cios hoteleiros dos estados &aacute;rabes.</p> <p>O Jumeirah, com sede em Dubai, &eacute; a marca relativamente nova de hot&eacute;is de luxo que preocupa as maiores cadeias do mundo. A constru&ccedil;&atilde;o &eacute; uma das principais compet&ecirc;ncias de Dubai, e duas marcas &ndash; Nakheel e Emaar &ndash; desbravam novos setores do mercado imobili&aacute;rio. Em servi&ccedil;os de transporte, a Aramex j&aacute; &eacute; a quinta maior empresa do mundo, e a TV&nbsp;Al Jazeera, baseada no Qatar, atingiu fama mundial.</p> <p><strong>Menos impulso, mais desenvolvimento</strong><br /> A proemin&ecirc;ncia de marca n&atilde;o se obt&eacute;m com facilidade, mas h&aacute; uma vantagem em favor das marcas emergentes. Por n&atilde;o terem que desbravar os caminhos pioneiramente &ndash; outras o fizeram antes delas &ndash;, podem conquistar reputa&ccedil;&otilde;es est&aacute;veis de forma relativamente r&aacute;pida. O trabalho pesado j&aacute; foi realizado &ndash; o pensamento por tr&aacute;s das regras que guiam a estrat&eacute;gia de marca, os experimentos para aperfei&ccedil;oar os modelos de mix de Marketing de hoje, os conceitos que embasam o gerenciamento de portf&oacute;lio de marca e muito mais.</p> <p>Agora, com muitas das marcas globais maduras assoladas pelas dificuldades de cr&eacute;dito, esta &eacute; a oportunidade de as emergentes mostrarem o que podem fazer. Muitas delas j&aacute; entenderam o papel vital que a marca tem no sucesso corporativo de longo prazo.</p> <p><em><strong>ABC da marca<br /> </strong>&bull; Conhe&ccedil;a bem seu p&uacute;blico. &Eacute; essencial identificar o p&uacute;blico prim&aacute;rio e o secund&aacute;rio para o produto ou servi&ccedil;o e determinar exatamente o que eles querem e n&atilde;o conseguem com as marcas globais j&aacute; estabelecidas.</em></p> <p><em>&bull; Utilize as for&ccedil;as da empresa. Por exemplo, o Brasil &eacute; famoso por sua popula&ccedil;&atilde;o amig&aacute;vel e lindas praias e tamb&eacute;m, cada vez mais, por sua sofisticada&nbsp; tecnologia de perfura&ccedil;&atilde;o no mar, engenharia aeron&aacute;utica de custo relativamente baixo, a solu&ccedil;&atilde;o flex&iacute;vel e criativa de problemas.</em></p> <p><em>&bull; Revisite e refine a marca. &Eacute; valioso para os gestores fazer um benchmarking do posicionamento da marca, dos valores e atributos da empresa, sua identidade e sua entrega da experi&ecirc;ncia da marca contra os melhores na categoria global e ent&atilde;o buscar maneiras de ultrapass&aacute;-los.</em></p> <p><em>&bull; Alinhe o comportamento dos funcion&aacute;rios e o desenho dos processos de neg&oacute;cios em torno da marca. Fa&ccedil;a um programa de mudan&ccedil;a organizacional voltado para a marca. </em></p> <p><em>&bull; Projete e gerencie experi&ecirc;ncias dos consumidores.</em></p> <p><em>&bull; Pratique o pensamento hol&iacute;stico e integrador, &agrave; medida que as marcas passem por fus&otilde;es ou aquisi&ccedil;&otilde;es internacionais. Deve-se assegurar que a marca p&oacute;s-fus&atilde;o venha a ser mais convincente que suas antecessoras, apesar da diversidade de origens.</em></p> <p><em><strong>Desafio 1: Percep&ccedil;&atilde;o das marcas<br /> </strong>As marcas dos mercados emergentes n&atilde;o apenas precisam enfrentar as tradicionais, elas devem tamb&eacute;m vencer a resist&ecirc;ncia dos consumidores por conta de percep&ccedil;&otilde;es de qualidade inferior, muitas vezes imprecisas. Da mesma forma que o &ldquo;Made in Japan&rdquo; j&aacute; teve conota&ccedil;&otilde;es desfavor&aacute;veis, marcas de fora do eixo Estados Unidos-Europa Ocidental precisam estar alertas para as percep&ccedil;&otilde;es dos consumidores e realidades operacionais que moldam tal pensamento. Por exemplo, os recalls de produtos chineses mancharam seriamente a etiqueta &ldquo;Made in China&rdquo; e provavelmente refrearam, pelo menos por alguns anos, os esfor&ccedil;os do pa&iacute;s em estabelecer mais marcas de classe mundial.</em></p> <p><em>Certamente, muitos consumidores ocidentais passaram a evitar brinquedos que imaginavam feitos na China e comidas para animais de estima&ccedil;&atilde;o que supostamente continham ingredientes vindos de l&aacute;, embora n&atilde;o haja nenhuma comprova&ccedil;&atilde;o de que todos os produtos apresentavam problemas.</em></p> <p><em><strong>Desafio 2: Percep&ccedil;&atilde;o das Aquisi&ccedil;&otilde;es</strong><br /> Quase sempre que empresas dos pa&iacute;ses maduros s&atilde;o adquiridas por empresas dos pa&iacute;ses emergentes, h&aacute; uma rea&ccedil;&atilde;o de desconfian&ccedil;a, o que precisa ser superado:</em></p> <p><em>&bull; Em 2006, a oferta feita pela DP World, dos Emirados &Aacute;rabes Unidos, para adquirir seis dos portos norte-americanos da Peninsular and Oriental Steam Navigation (P&amp;O) provocou grande como&ccedil;&atilde;o em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; seguran&ccedil;a dos Estados Unidos.</em></p> <p><em>&bull; O Tata Group indiano, um dos maiores conglomerados empresariais do mundo, que opera em 85 pa&iacute;ses diferentes com 98 empresas em &aacute;reas de neg&oacute;cios que<br /> v&atilde;o de consultoria a bens de consumo e siderurgia, virou manchete de jornais com sua grandiosa aquisi&ccedil;&atilde;o das marcas de carros de alto padr&atilde;o Jaguar e Land Rover, ambas da Ford, no in&iacute;cio de 2008. E o tom da cobertura foi mais xenof&oacute;bico do que se podia esperar.</em></p> <p><em>&bull; A russa Gazprom, maior empresa de g&aacute;s natural do mundo, respons&aacute;vel por 20% do fornecimento mundial, deve fazer v&aacute;rias ofertas de compra por companhias fora da R&uacute;ssia. A expectativa &eacute; que haja protestos pol&iacute;ticos.</em></p> <p><strong><em>James Bell</em></strong><em> &eacute; s&oacute;cio da Lippincott, divis&atilde;o da Oliver Wyman, de Nova York, EUA. Possui mais de 25 anos de experi&ecirc;ncia em posicionamento de mercado, identifica&ccedil;&atilde;o corporativa e marca.</em></p> <p><em>* Esta reportagem foi publicada pela Revista HSM Management (setembro/outubro de 2010 br.hsmglobal.com) e agora no Mundo do Marketing por meio de parceria que os dois ve&iacute;culos mant&ecirc;m.</em></p>
Marcas emergentes se posicionam como Davi enfrentando Golias
17 de novembro de 2010