Inovação a partir do valor que o consumidor percebe
Leia o artigo de Fabio Mestriner, da ESPM
Por Redação - 05/02/2009 Artigos
<p class="titulomateria">Inova&ccedil;&atilde;o a partir do valor que o consumidor percebe</p> <p>Por Fabio Mestriner*</p> <p>Poucos s&atilde;o os segmentos nos produtos de consumo que est&atilde;o t&atilde;o ligados a inova&ccedil;&atilde;o como o dos cosm&eacute;ticos e produtos de limpeza dom&eacute;stica. In&uacute;meros lan&ccedil;amentos pelo mundo tem trazido uma rela&ccedil;&atilde;o intermin&aacute;vel de novidades para o setor.</p> <p>Quando se fala em inova&ccedil;&atilde;o, imediatamente nos vem a mente ideias novas, criatividade, tecnologia de ponta, atitudes, pessoas inovadoras e coisas deste g&ecirc;nero. Existem poucas coisas mais comentadas que a inova&ccedil;&atilde;o hoje em dia e todas as empresas no fundo j&aacute; sabem que ter&atilde;o que se envolver com este assunto em algum momento.</p> <p>Mas quando partem em busca da inova&ccedil;&atilde;o o que as empresas encontram? Que caminho acabam seguindo? A quem elas recorrem? Em primeiro lugar, as empresas encontram sobre este assunto um mundo de informa&ccedil;&otilde;es dispersas, muitas vezes contradit&oacute;rias sem uma orienta&ccedil;&atilde;o clara que possa indicar o melhor caminho a seguir.</p> <p>N&atilde;o temos ainda muitos livros e autores consagrados que possam iluminar o tema, mas obras com abordagens diversas que se referem a aspectos da inova&ccedil;&atilde;o. Os consultores e empresas especializadas em inova&ccedil;&atilde;o ainda s&atilde;o em n&uacute;mero insuficiente para atender a grande necessidade que as organiza&ccedil;&otilde;es t&ecirc;m deste tipo de a&ccedil;&atilde;o. Enfim, falta metodologia de aplica&ccedil;&atilde;o empresas e profissionais especializados para se incumbir desta fun&ccedil;&atilde;o.</p> <p>Tudo isso forma um painel que nos leva a concluir que a inova&ccedil;&atilde;o, apesar de sua import&acirc;ncia crucial para o futuro dos neg&oacute;cios, ainda carece no Brasil de muitas coisas para se tornar uma realidade efetiva, acess&iacute;vel para a grande maioria das empresas. &Eacute; preciso encontrar novos caminhos que tornem mais acess&iacute;veis para as empresas brasileiras o acesso a inova&ccedil;&atilde;o.</p> <p>Voltando um pouco no tempo, verificamos que o tema inova&ccedil;&atilde;o entrou definitivamente em pauta nas &uacute;ltimas d&eacute;cadas e foi encontrando seu caminho no mundo corporativo que foi aos poucos se conscientizando de sua import&acirc;ncia para o sucesso de seus neg&oacute;cios.</p> <p>Em 1982 uma pesquisa da Bozz Allen mostrou que metade dos produtos lan&ccedil;ados nos EUA falhavam. Em 1985 Robert Cooper lan&ccedil;ou a metodologia Stage &amp; Gates que propunha um processo de condu&ccedil;&atilde;o dos projetos destinados a lan&ccedil;ar novos produtos que rapidamente foi adotada pelas grandes empresas fazendo com que em 2003 cerca de 73% das empresas americanas j&aacute; adotavam esta metodologia.</p> <p>A metodologia Stage &amp; Gates foi adaptada para os programas de inova&ccedil;&atilde;o sendo tamb&eacute;m a metodologia mais utilizada para esta finalidade hoje em dia. Em 1991 surgiu em Palo Alto no Vale do Sil&iacute;cio na Calif&oacute;rnia aquela que se transformaria numa das mais influentes empresas dedicadas a inova&ccedil;&atilde;o. A Ideo fundada por David Kelley desenvolveu um m&eacute;todo inovador de trabalho que se tornou uma das refer&ecirc;ncias mundiais sendo adotada por empresas e escolas que passaram a utiliz&aacute;-la em seus programas de ensino.</p> <p>O livro The art of Innovation lan&ccedil;ado por Ton Kelley, irm&atilde;o de David e atual gerente geral da Ideo, &eacute; um dos livros importantes sobre o tema e tem servido de base para muitas iniciativas nesta &aacute;rea. O que estas duas metodologias t&ecirc;m em comum &eacute; que ambas adotam o brainstorm como ferramenta para a gera&ccedil;&atilde;o de id&eacute;ias que depois ser&atilde;o selecionadas e desenvolvidas.</p> <p>Em 2002 um estudo realizado pela AC Nielsen apresentado no Congresso Brasileiro de Embalagem mostrou que 80% dos produtos de consumo lan&ccedil;ados no Brasil saiam do mercado em at&eacute; dois anos devido ao marketing insuficiente aplicado a estes produtos, a falta de inova&ccedil;&atilde;o e benef&iacute;cios ao consumidor. Esta pesquisa estimulou os professores do N&uacute;cleo de Estudos da Embalagem da ESPM a trabalharem numa nova abordagem para um programa de inova&ccedil;&atilde;o de embalagem que contribu&iacute;sse para a redu&ccedil;&atilde;o da mortalidade dos novos lan&ccedil;amentos.</p> <p>Esta metodologia parte do princ&iacute;pio que a combina&ccedil;&atilde;o de uma inova&ccedil;&atilde;o que traga algum benef&iacute;cio que o consumidor percebe, aumenta consideravelmente a chance de sucesso do novo produto. O ponto de partida deste programa &eacute; a compreens&atilde;o aprofundada do valor que o consumidor percebe. O sucesso da inova&ccedil;&atilde;o est&aacute; justamente em apresentar algo novo, mas que traga ao mesmo tempo algum valor efetivo, compreens&iacute;vel que o consumidor percebe claramente, seguindo assim um caminho mais objetivo para o projeto.</p> <p>A descoberta do valor que a inova&ccedil;&atilde;o traz para o consumidor abre uma nova perspectiva de trabalho para os profissionais de marketing e para todos que atuam ou se interessam por este tema. Sua metodologia de aplica&ccedil;&atilde;o vai permitir as nossas empresas a ingressarem neste fascinante mundo n&atilde;o importando seu tamanho ou o dos recursos que disp&otilde;e.</p> <p>* Fabio Mestriner &eacute; Professor e Coordenador do N&uacute;cleo de Estudos da Embalagem ESPM, Coordenador do Comit&ecirc; de Estudos Estrat&eacute;gicos da ABRE e autor dos livros Design de Embalagem Curso Avan&ccedil;ado e Gest&atilde;o Estrat&eacute;gica de Embalagem. <a href="http://www.embalagem.espm.br">www.embalagem.espm.br</a></p>