McKinsey aponta 8 tendências que transformarão o setor automotivo 29 de fevereiro de 2016

McKinsey aponta 8 tendências que transformarão o setor automotivo

         

Tecnologia fará com que a indústria mude completamente em 10 ou 15 anos, diante da mobilidade diversificada, condução autônoma, eletrificação e conectividade

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As empresas automotivas foram atingidas em cheio pela crise econômica em sua atuação no Brasil, mesmo que no mundo essa indústria esteja entre as expoentes em relação a inovações. Em tempos de escassez, acompanhar as mudanças nas demandas dos consumidores torna-se ainda mais fundamental. Diversos setores estão sendo transformados por novas tecnologias, políticas de sustentabilidade e práticas de compartilhamento; e não é diferente com as montadoras. A digitalização, o aumento da automação e os novos modelos de negócio estão revolucionando o mercado.

Essas forças vêm fazendo emergir tendências tecnológicas e disruptivas no setor automotivo, tais como a mobilidade diversificada, a condução autônoma, a eletrificação e a conectividade. As mudanças farão com que a indústria seja totalmente diferente em 10 ou 15 anos. A McKinsey desenhou oito possíveis cenários para este mercado, com perspectivas chave para 2030. As mudanças que estão a caminho afetarão as montadoras, os fornecedores, os reguladores, os consumidores e a cadeia de valor.

O conhecimento das previsões é importante para que a indústria se prepare para o futuro. Conheça as oito tendências apontadas pela McKinsey:

1. Nova fonte de receita
Impulsionada pela mobilidade partilhada, por serviços de conectividade e atualizações de recursos, novos modelos de negócio podem expandir as receitas do setor automotivo em cerca de 30%, somando US$ 1,5 trilhões ao mercado. Esse crescimento não estará diretamente relacionada à venda de carros em si, mas à oferta de serviços de mobilidade on-demand e de serviços baseados em dados.

A conectividade e a autonomia dos carros permitirão que passageiros e motoristas usem seu tempo em trânsito para consumirem mídia e serviços ou se ocuparem com outras atividades que não passam pela atenção ao volante. O crescimento da velocidade da inovação especificamente em sistemas baseados em softwares demandará melhorias nos automóveis. As soluções em compartilhamento de veículos farão com que os consumidores estejam sempre atualizados em relação às novidades tecnológicas, impactando a venda de carros particulares também.

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2. Crescimento nas vendas de carros
Apesar da expansão da economia compartilhada, as vendas unitárias de veículos continuarão a crescer, mesmo que em níveis mais baixos – de 2% ao ano, em média, em 2030. Nos últimos cinco anos, esse índice ficou em cerca de 3,6% ao ano. A queda se deverá tanto a fatores macroeconômicos quanto ao surgimento de novos serviços de mobilidade.

O crescimento do compartilhamento de veículos levará a uma queda nas vendas de carros particulares, mas o próprio novo serviço responderá pela aquisição de muitos novos produtos, já que demandará a substituição constante por conta do alto uso. O índice permanecerá positivo também diante da chegada de mais consumidores globais à Classe Média nas economias emergentes, como a China.

3. Mudanças comportamentais
Os comportamentos dos consumidores estão mudando de tal modo que a McKinsey prevê que mais de um décimo dos carros vendidos em 2030 já estarão alocados em serviços de compartilhamento. As pessoas deixam, dia a dia, de valorizar a propriedade em si em prol do uso, especialmente nos países desenvolvidos, como os da Europa. Com isso, o modelo tradicional de venda de carros será complementado por uma grande diversidade de soluções de mobilidade on-demanda, especialmente em ambientes urbanos densos.

Se hoje os indivíduos usam seus veículos quer estejam se deslocando para o trabalho, quer o destino seja a praia em família, a previsão aponta que os consumidores passarão a querer escolher a melhor solução para cada uma dessas situações, acessando seu smartphone. Sinais desse movimento são encontrados na queda de 71% nas carteiras de motoristas expedidas para jovens com 16 a 24 anos, nos Estados Unidos, entre os anos de 2000 e 2013. Em contrapartida, nos último cinco anos, houve um crescimento de 30% no compartilhamento de carros na América do Norte e na Alemanha.

4. Cenários diferentes para cada cidade
Enxergar as oportunidades de negócios futuras dependerá, mais do que nunca, de uma análise e segmentação do mercado de cada cidade. Será fundamental levar em consideração a densidade populacional, o desenvolvimento econômico, política e regulação para que a indústria encontre o cardápio de soluções móveis a serem ofertadas em cada local. A previsão é de que a mobilidade em Nova York, por exemplo, passe a estar mais próxima à de Shangai – por ambas serem densamente povoadas – do que à do Kansas.

5. Carros autônomos
Uma vez que as barreiras tecnológicas e regulatórias sejam superadas, mais de 15% dos carros novos vendidos, em 2030, poderão ser totalmente autônomos. Simultaneamente, os sistemas com assistentes de direção terão um papel crucial. Os primeiros desafios serão os de baratear essas soluções, levar conhecimento aos consumidores e garantir a segurança. Este novo mercado não será liderado apenas pelas grandes montadoras tradicionais, mas também por startups.

6. Carros elétricos
A preocupação com a sustentabilidade também levará a avanços nas tecnologias que tornam viáveis e competitivos os carros elétricos. Os avanços serão favorecidos por leis mais severas em relação às emissões de gases na atmosfera, à queda nos preços das baterias, a uma melhor infraestrutura para recarga e ao crescimento da aceitação por parte dos usuários. A McKinsey prevê que, em 2030, os carros elétricos responderão por 10% a 50% das vendas – dependendo do local. Os índices de adoção serão maiores nas cidades mais densas e mais lentas em áreas rurais.

7. Mudanças na configuração do mercado
Enquanto outros setores, como os de telecomunicações e de celulares, já foram reconfigurados após o surgimento de inovações disruptivas, o automotivo passou por poucas transformações até hoje. A mudança de paradigma na mobilidade – que passa a ser enxergada como um serviço – traz consigo novos entrantes, que forçarão as empresas tradicionais a atuarem em frentes diversas. Haverá, por exemplo, os provedores de serviços de mobilidade (como o Uber), os gigantes da tecnologia (Apple, Google) e especialmente os fornecedores de equipamentos originais (Tesla).

8. Novos entrantes
As oportunidade para novos players serão diversas, mas eles irão, inicialmente, mirar apenas em alguns segmentos mais atrativos economicamente, para depois expandirem. O interesse já manifestado por empresas como Tesla, Google e Apple no mercado da mobilidade seria apenas a ponta do iceberg, na avaliação da McKinsey. Junto deles, estarão startups de alta tecnologia e companhias chinesas.

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