Conservação de estradas rurais e recuperação da ambiência é tema de palestra em reunião do CBH-PN3

Conservação de estradas rurais e recuperação da ambiência é tema de palestra em reunião do CBH-PN3


A Câmara Municipal de Santa Vitória deixou suas rotinas legislativas recentemente para receber o palestrante e Engenheiro Agrônomo, representante do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM), no Núcleo Interinstitucional de Estudos e Ações Ambientais do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba – (NIEA – TM AP), Professor Dr. Adelar José Fabian.

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Por cerca de 50 minutos eles deu uma verdadeira aula sobre “Conservação de Estradas Rurais para a Perenização do Tráfego e a Conservação e Recuperação da Ambiência”.

A palestra fez parte da pauta da 31ª Reunião Ordinária do Comitê da Bacia Hidrográfica do Baixo Paranaíba (CBH-PN3) e reuniu representantes e conselheiros do Comitê, gestores de secretarias de Meio Ambiente de vários municípios e o prefeito de Santa Vitória, Genésio Franco de Morais Neto.

Adelar José Fabian fez uma palestra interativa, usando fotos de estradas que antes eram mal conservadas e após receberem técnicas específicas de recuperação responderam aos investimentos, beneficiando os municípios como um todo, bem como os donos de terras e usuários. Na visão do professor, os produtores e operadores de máquinas precisam de esclarecimento e treinamento. “Ao longo dos anos, todo período de época chuvosa aparece dificuldade de escoamento de produção, de acesso aos programas de saúde da família, circulação do transporte escolar, chegada dos insumos, e aumento do custo com o frete”, afirmou Adelar José Fabian.

A saída? O professor disse que como a maioria das vias é pública é preciso buscar parcerias com as prefeituras ou por meio de linhas de crédito. “Os produtores estão organizados e têm boa relação com associações e sindicatos rurais. Os sindicatos têm um papel primordial, pois possuem atividades de capacitação junto ao Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR. Lembrando que as estradas municipais são de responsabilidade do poder púbico, no entanto, os produtores podem ajudar, recuando a cerca para possibilitar a ação de máquinas para a execução de conservação do leito e escoamento adequado da enxurrada, para ter uma boa estrada.

Uma das formas de obter recursos é com os valores obtidos em alguns termos de ajustamento de conduta (TAC) aplicados para grandes empresas que descumpriram a lei e que podem ser revertido para a área da bacia hidrográfica e/ou microbacia hidrográfica.

“Em Uberaba, por exemplo, os recursos provenientes de multas aplicadas a usuários dos recursos hídricos da Área de Proteção Ambiental (APA) da Bacia Hidrográfica do Rio Uberaba poderão ser utilizados em ações de conservação do solo e das estradas aplicados integralmente na bacia”, acrescentou Fabian.

Ele disse que a conservação da estrada e do solo reflete na qualidade e quantidade de água. “Por mais que um ano chova mais do que o outro, na média de 30, 40 anos, o volume continua o mesmo, ou seja, não aumentou e nem diminuiu. Historicamente a quantidade é a mesma, então pra onde está indo essa água? Essa água infiltra no solo, alimenta o lençol freático e depois de três, quatro meses aparece de novo nas nascentes. No uso agrícola, pecuária ou lavoura, quando modificamos a estrutura do solo, este acaba se tornando menos poroso e, ao invés de a água chegar à nascente por dentro da terra, pelo lençol freático, ele chega por cima, escoando em forma de enxurrada e levando tudo que tem pelo caminho”, esclareceu o professor.

Na avaliação de Adelar é possível ter estradas transitáveis e perenizadas o ano todo. “É claro que alguns municípios têm menos renda, mais dificuldades, às vezes suas máquinas estão sucateadas. Não adianta pensar que antes de terminar a época chuvosa estará tudo resolvido, ao contrário, a época mais oportuna de manutenção e conservação de estradas é de março a abril pra frente, quando as chuvas estão com menos intensidade e o solo está úmido para fazer trabalho bem feito. Antes do período de chuva temos de sete a oito meses para planejar e começarmos as obras físicas nas estradas, buscando parceria, recursos, conscientização. Se não der pra fazer em toda estrada, o ideal é selecionar trechos onde as pessoas estão receptivas, querem e colaborem servindo assim como bons exemplos para as demais comunidades”, orientou Adelar José Fabian.


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